segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Civil ID, a aventura continua!


Hoje, para comemorar o meu 5º mês no Kuwait, fui finalizar o (longo) processo do meu Civil ID. Mas antes, vamos recuar uns dias atrás para contextualizar os mais desatentos.

Há cerca de uma semana, o funcionário do meu Sponsor (o tal homem que é “responsável” por mim no Kuwait) veio entregar-me a restante papelada do meu Civil ID e informou-me que tinha de dirigir-me a um Ministério que existe junto ao meu local de trabalho para finalizar o processo e, mais tarde, levantar o meu cartão “Civil ID”.

Ontem, dirigi-me com um dos meus colegas de trabalho ao tal Ministério (parecia que estava a entrar num outro país, pois nesta zona existem vários Ministérios [uma espécie de Campus de Ministérios] com jardins lindíssimos e muito bem tratados junto daqueles edifícios que mais pareciam palácios de um grande rei!) e levei com a “porta na cara”. Então, não é que o meu Sponsor não me soube avisar que tinha de estar no Ministério por volta das 8 da manhã para tirar senha e aguardar pela minha vez?! Bem, uma perda de tempo…

Hoje, para evitar o episódio do dia anterior, fui bem cedo aguardar pela minha vez. Para apimentar ainda mais esta aventura, fui sozinho!

Cheguei (tanta gente que se encontrava por ali…), dirigi-me ao balcão para tirar a minha senha e surge o primeiro obstáculo: a mulher mal dizia uma ou outra palavra em Inglês… Dei-lhe a papelada, verificou se tinha tudo e disse-me: “Envelope”. Eu, na minha ignorância, disse-lhe: “tenho este” (um envelope onde tinha os documentos guardados). Ela olhou, fez uma cara estranha e deu-me a senha e apontou para a zona de espera…

Sentei-me rapidamente nuns lugares junto ao tal balcão descansado da Vida e, ao fim de meia hora, surge um segurança e falar-me em Árabe (ele não falava Inglês) mas lá consegui perceber o que ele queria: eu estava sentado na zona destinada às mulheres… Bem, lá fui eu, como quem não quer a coisa, sentar-me na zona dos homens (vou reforçar, aquilo estava cheio de gente!) [que vergonha….].

Ao fim de mais meia hora de espera, chegou a minha vez. Dirigi-me a uma outra sala para entregar os papéis e, finalmente, esta funcionária falava Inglês… [esta sala tinha cerca de 80 balcões de atendimento personalizado!] verificou os papéis e “onde está o envelope?”, perguntou ela. Bem, eu parecia a Cátia da Casa dos ‘Degredos’: «Na sê…» Só estão percebi o que a outra (do balcão de entrada) estava a tentar explicar: tinha de me dirigir a outro balcão para comprar um determinado envelope padrão para selar os documentos… A rapariga disse-me para ir comprar o envelope enquanto aguardava por mim… Sai da sala, dirigi-me a um segurança e disse: “envelope”. Oh, parecia uma palavra mágica pois independentemente da língua que sabiam falar todos encaminharam-me muito bem para o local de compra do tal precioso envelope. Já no balcão de compra, disse “envelope” para poupar-me  a mais uma falha de comunicação e rapidamente tinha o tal documento na mão. Dirigi-me à rapariga e processo terminado.

Agora é só aguardar uma semana para levantar o cartão.

Até à próxima! 

domingo, 22 de janeiro de 2012

Como encontrar um grande amor?

Pensamento para reflectir:

«Ming-Li perguntou a Zi-Fang:

- Senhor, como encontrar um grande amor?

- Meiga menina, você é muito jovem e sonhadora. Não há fórmula para tal coisa. O que posso dizer-lhe é o seguinte:

Não se encontra o amor. Ele é que a encontra e encanta! Não existem grandes amores (e nem pequenos ou médios). Amor não tem tamanho. Apenas é ou não é! Amor é amor. Não tem muita explicação mesmo.

Quando o amor surgir, e isso não tem hora, seu coração a avisará!»

Wagner Borges




segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Natal no Dubai


Foi no passado dia 23 de Dezembro que entrei num avião estacionado no aeroporto do Kuwait com destino ao Dubai. Passados três checkpoints (sim, três!), um funcionário da companhia aérea avisou-nos (fui com o meu colega Tuga: Cláudio Pinto) que o voo estava atrasado uma hora. Bem, com este enorme atrasado não nos restou muito se não esperar…

Durante este período vimos pessoas de várias nacionalidades: Kuwait, Índia, EUA, França, etc… é tão interessante apreciar este contraste entre nacionalidades e, sobretudo, entre pessoas com bastante dinheiro (que são transportadas em pequenos caros eléctricos dentro do aeroporto) e as restantes (muitas nem uma mala de viagem usam, mas sim, sacos de plástico para transportar os seus poucos mas preciosos bens).

Quando já estávamos junto à porta de embarque, sentou-se, próximo de nós, um homem bastante gordo. Claro, dois gajos que adoram rir, o que começaram a fazer? A lançar piadas sobre o dito homem: “este homem tem de ir no meio do avião para este ir direito”, etc. Até que uma das piadas foi: “Cláudio, este homem ainda vai sentar-se ao teu lado no avião! Estás lixado pois vais ficar esmagado!”. Mais uma gargalhada de “Não… espero bem que não!”.

Chegados ao avião, quem já estava sentado precisamente ao lado do meu lugar? O tal homem gordo… Ora, fiz um enorme esforço para não começar a rir à gargalhada (também já não tinha muita piada só de pensar que tinha de levar com aquele homem o tempo todo). No meio de todo este momento de brincadeira, o dito homem foi sentar-se noutro lugar visto o avião estar muito vazio e o meu colega veio, assim, para junto de mim.

Durante a viagem, os momentos bem-dispostos não pararam: desde ao estar a cantar “Baby, baby, baby” do Justin Bieber em voz alta; ao facto de o meu colega ter estado a tentar resolver um jogo “Solitário” que depois de muito puxarmos pela cabeça verificamos que não tinha solução deste a primeira jogada; ao facto de um dos comissários de bordo, quando ia pagar a minha garrafa de água, perguntar-me se a minha carteira era Louisvuitton (respondi-lhe que era muito melhor: “Sacoor”, uma marca Portuguesa); ao facto de estar a pedir desconto na água e nos auriculares por sermos Portugueses (tivemos sorte em apanharmos um comissário de bordo bem disposto!), etc.

Chegados ao aeroporto do Dubai, o que encontramos a poucos passos da entrada? Uma loja com 90% de bebidas alcoólicas, 8% tabaco e 2% de chocolate. Ora, para quem vinha de um país onde o consumo de álcool é extremamente censurado, o que fizemos? Compramos a quantidade máxima por pessoa: 5 garrafas se forem vinho (atenção, este vinho era para o nosso jantar de Natal!).

No dia seguinte (24/12), enquanto os nossos colegas trabalhavam, fomos primeiramente ao Emirates Mall. Bem, havia muito tempo que não via tantos turistas!... Este centro comercial tem nada mais, nada menos do que… uma espécie de “Snow World”. Fiquei maravilhado com este espaço de diversões! Não obstante, existe outro espaço especial que é muito raro por aquelas bandas: um bar com álcool à venda!
No Dubai, a venda e o consumo de álcool é legal mas única e exclusivamente nos poucos espaços pré estabelecidos. Bebi uma cerveja com os meus colegas e fiquei assim um pouco estranho… isto de ter passado 4/5 meses sem consumir nada de nada alcoólico dá nisto…



Mais tarde, fomos ao Dubai Mall. Bem, não tinha qualquer tipo de noção que o Dubai fosse uma cidade tão ampla. Eu sei que esta cidade tem milhões de habitantes, mas que tínhamos de fazer quilómetros e quilómetros para irmos a outro ponto da cidade… (já sabem, para quem pensa em passar férias naquele destino tem de trazer umas boas notas para pagar táxi ou alugar carro).

O Dubai Mall é simplesmente o maior centro comercial do Mundo! Mas, para alimentar ainda mais esta excentricidade, junto a este Mall temos o Burj Khalifa: o mais alto arranha-céus do Mundo! 



Após uns 30 minutos de carro, chegamos a uma espécie de “Villa” onde moram as raparigas Portuguesas. Ali, realizou-se o jantar de Natal onde estiveram presentes cerca de 15 Portugueses. Ai… há tanto tempo que não comia bacalhau… Comemos, bebemos, jogamos “Monopoly”, rimos, libertamos o stress e, para terminarmos a noite com umas valentes gargalhadas, fizemos uma partidinha ao Zé (um dos colegas Tugas). Já pela noite dentro, o Zé simplesmente adormeceu no sofá e o que os Tugas danados para a brincadeira fizeram? Começamos a pintar a cara do Zé… bem, após o momento artístico parecia uma “tizebra”: uma mistura de tigre com zebra! Mais umas fortes gargalhadas e seguimos para casa deixando-o a dormir no sofá…

No dia seguinte, eu e o Cláudio – depois de refeitos da noite anterior – fomos verdadeiramente explorar o Dubai Mall. Entretanto, vimos o espectáculo de água e luz que se realiza de 30 em 30 minutos no exterior deste espaço. É algo fenomenal! De seguida, fomos jantar com o pessoal da nossa casa adoptiva num espaço muito concreto. O restaurante fica numa espécie de tenda gigante (com quase dois quilómetros de comprimento) com lojas, lojas, lojas e restaurantes unicamente chineses!

De regresso a casa, passamos pelo Emirates Mall para bebermos a última cerveja; já em casa dormi uma horinha e, de seguida, aeroporto!

Estes dias passaram muito rápido mas foram bons para descontrair e, sobretudo, para quebrar a rotina do Kuwait.

Para quem quiser passar férias no Dubai prepare-se para gastar muito, muito dinheiro: a viagem é cara e o hotel também. Se não alugar um carro, a utilização de táxi é a alternativa inevitavelmente cara. Os restaurantes são caros e sei (pois não cheguei a ir) as discotecas são muito caras. Outro facto que pode levar ao gasto de dinheiro é o constante apelo ao consumismo nesta cidade.

Conselho pessoal: existem destinos, por exemplo na Europa, muito mais baratos e muito interessantes. Mas se tiveres o sonho de viajar ao Dubai e o dinheiro é algo que tens em abundância, de certeza que passarás momentos memoráveis naquele destino, nem que seja pelo contraste cultural!

Obrigado por tudo!
Até sempre!