O Natal e a lágrima no canto do olho!

O dia de Natal aproxima-se a passos largos. Daqui a algumas horas as famílias estarão reunidas para celebrar a Vida, o Amor e a União! Muito para além da questão religiosa que está submetida à questão cultural que se vive nesta quadra, o Natal transformou-se num verdadeiro negócio muito lucrativo. Todavia, existem muitas famílias que simplesmente não se reúnem por estarem “feridas” por algum motivo (por vezes, motivos ridículos; desavenças como se fossem crianças sem uma mente crescida) ou outras que passarão estes dias bastante deprimidas devido à inexistência de comida para os seus queridos familiares (não, não estou a falar de dar presentes, mas sim de dar um prato de comida quente!). Enfim, a Vida neste Planeta não é necessariamente justa numa perspectiva geral e materialista; se falarmos pelo prisma de uma filosofia espiritual Cármica, falaríamos de outra forma. Resumidamente, deveremos agradecer a Deus, Allah, Buda, Universo, Essência Criadora, etc. por aquilo que temos e pela oportunidade que nos é dada todos os dias para Crescermos.

Olhando para o que escrevi no último paragrafo, vejo que fui levado por um caminho que não queria abordar neste texto, mas nunca é demais relembrar o que fica para segundo plano na Vida de muitas pessoas. Vamos então falar da “Lágrima no canto do olho”:

Este vai ser o segundo Natal que vou passar longe de casa, longe do meu Portugal. No Natal do ano passado fui ao Dubai jantar com os meus colegas Portugueses que viviam/vivem por lá. Este ano vai ser completamente diferente: vou passar com a minha família no Kuwait. Não, não me casei entretanto, estejam descansados! Vou jantar com os Portugueses que vivem no Kuwait onde não faltará o nosso querido bacalhau, peru, doces Portugueses, farturas, bolo rei, troca de prendas e o mais importante: uma noite bem passada onde a amizade irá ser o presente de todos para todos. Ah, e isto tudo falado em Português, é claro!

Reflectindo um pouco, comecei a ter noção da chegada do Natal quando, há umas semanas, chegou um novo CD com músicas dedicadas ao Natal para colocar-se no sistema de som do meu local de trabalho. «Uau, surgiu-me uma lágrima no canto do olho.» Foi naquele momento em que o meu coração começou a bater mais forte, fiquei com a respiração mais difícil, não me sentia bem! O meu coração estava a chorar! Foi neste momento que senti que o Natal estava à porta. Em países onde o Natal não faz parte das celebrações culturais, não nos apercebemos da chegada desta data como, por exemplo, em Portugal que logo após o início das aulas brota decoração aqui e ali, publicidade natalícia, “Feliz Natal” em todo o lado, etc… Apesar de tudo, cá estaremos nós para fazer a diferença! 

Só sei que este Natal vai ser muito especial!

21 de Dezembro de 2012 - contagem decrescente!

A poucas horas de atingirmos a tão mítica data de transformação escrita pela civilização Maia, hoje venho aqui dedicar-lhe um momento especial.

Em torno do suposto fim do Mundo de 21 de Dezembro de 2012, foram escritos dezenas de artigos de opinião (este é mais um…), livros, filmes, documentários, entrevistas, etc. Esta data mexeu tanto com as pessoas devido à sua mediatização e divulgação pelos meios de comunicação de massas (como se de uma erva daninha se tratasse) que levou ao extremo de colocar a Casa Branca nos EUA a emitir um comunicado confirmando a inexistência de qualquer acontecimento natural previsto para esta data (muitas pessoas suponham que a NASA saberia de algo e mantinha essa informação em total segredo).

Variadas teorias vieram assombrar a Vida dos cidadãos em torno desta data desde um meteorito a chocar contra este Planeta, o surgimento de um buraco negro que nos sugasse, a emissão de energia fora do comum pela nossa estrela mãe (Sol), a inversão dos pólos do Planeta, terramotos, cataclismos variados e muitos outros acontecimentos físicos. No campo espiritual também surgiram muitas e variadas teorias como a necessidade de entrada na 5º dimensão, a vinda de um “anti-Cristo”, etc.

Independentemente de todas as teorias físicas e espirituais existentes e debatidas e redebatidas, o Mundo que habitamos tem mesmo de mudar! A exploração e mesmo escravização que estamos a tomar como posse os recursos naturais vai levar-nos à extinção enquanto espécie. Somos uns Seres muito especiais e que nos fazem diferentes de todas as outras espécies animais que habitam por aqui. Conseguimos pensar, reflectir sobre os nossos actos, amamos, odiamos, etc. É certo que esta suposta extinção (não passa igualmente de outra teoria) não terá lugar amanhã! Nem depois de amanhã, nem daqui a uma semana, um mês, 5 anos… vai levar séculos!

Não há muito tempo e em conversa com um grande amigo meu (um grande defensor das provas cientificas em oposição às teorias espirituais ou religiosas), conseguimos concordar num ponto central: o Mundo tal e qual como está vai entrar em colapso! Esta ruptura resultará da existência de excesso de humanos a viver neste Planeta e a inexistência de alimentação e de água potável para todos os Seres Humanos (eu diria que esta situação é já bem visível quando se lê as estatísticas sobre a morte de uma criança de 2 em 2 segundos motivada por complicações orgânicas pela ausência de alimentação; supõe-se que, se o crescimento populacional continuar a aumentar, estes “segundos” vão reduzir drasticamente). O Humano sem predadores naturais, com a medicina altamente desenvolvida e o controlo de viroses de assassínio em massa, poucas ou nenhuma guerras que provoquem a morte de centenas de pessoas, entre outras situações têm feito com que o Planeta Terra tenha um excesso de habitantes de acordo com a sua capacidade produtiva e de renovação dos recursos naturais. Não é que se deseje que isto aconteça, mas uma coisa é certa, actualmente «uma criança morre de dois em dois segundos devido à Fome»… Quantos segundos levaram a ler este texto?!

Provas cientificas e teorias do fim do Mundo à parte, uma coisa defendo de unhas e dentes:

“Não tenho medo que o Mundo acabe. Tenho medo que o Mundo continue tal e qual como está…”

Boa sorte a todos e a todas!

Tenho 30 anos e quero casar. Alguma noiva interessada em casar JÁ!

Tenho 30 anos e quero casar. Alguma noiva interessada em casar já!!

Este poderia ser o enredo de uma muito bem sucedida novela Brasileira ou Portuguesa, mas é um “excerto” da vida real!

Muito poderia falar sobre as grandes diferenças entre os países do Ocidente e os do Médio Oriente no que toca ao amor, às relações conjugais ou mesmo ao sexo, porém teria de levar dias a fazê-lo… Hoje venho aqui falar sobre um assunto real que aconteceu não há muito tempo com um dos meus colegas de trabalho.

Antes disto e reflectindo um pouco sobre o que tenho escrito acerca das diferenças culturais entre aquelas duas regiões do Globo, acredito que algumas pessoas que lêem este Blogue comecem a pensar que ando a sonhar de noite para vir aqui contar durante o dia, mas não! Tudo o que tenho escrito é mesmo verdadeiro!

Bem, esclarecimento à parte, vamos então a mais este capítulo da vida real.

Há umas semanas, um dos meus colegas confessou que iria casar. Achei estranho pelo facto de ele ser do Egipto, a família estar a viver no seu país natal e desconhecer a existência de uma namorada/noiva à priori. Bem, tudo se resume a isto: os pais arranjaram-lhe uma noiva (não sei se tiveram de pagar alguma coisa ou mesmo dar uns camelos em troca…). Sendo que os noivos encontravam-se em países distantes e não poderiam encontrar-se para consumar a cerimónia, os pais do meu colega organizaram a festa no Egipto para ambas as famílias e o casamento concretizou-se mesmo sem a presença do noivo. Ele basicamente teve de ir à Embaixada do Egipto no Kuwait, assinou o contrato de casamento, a Embaixada atestou e enviou os papéis para o seu país de origem e a noiva assinou os mesmos. Nada mais fácil!

Algumas pessoas já me questionaram se ele conhece a sua actual esposa. Efectivamente, não sei responder a este ponto. Possivelmente, ele conhece-la de vista enquanto vivia no Egipto (ele vive no Kuwait há vários anos).

Deixando o casamento do meu colega – e desejando a Felicidade que for possível para ambos – vou apresentar-vos alguns factos culturais que podem explicar claramente este género de casamentos.

No meu trabalho aparecem muitos Egípcios (homens, sobretudo). Em conversa com alguns deles, cheguei à conclusão que culturalmente no Egipto, um homem que ainda não seja casado aos 26 anos começa a ser discriminado pela Sociedade. Tomei conhecimento deste facto quando, em conversa com um Egípcio,  perguntou-me se era casado ou se tinha noiva. Rapidamente, disse-lhe a verdade: não sou casado, não tenho noiva e sou, assim, completamente solteiro. Ele, espantado, perguntou-me a idade. Quando lhe respondi «26 anos», o Egípcio em questão afirmou que no seu país, um homem que não seja casado ou que não tenha noiva até aos 25/26 anos é discriminado pela Sociedade (gozado mesmo!) e começa a sofrer muita pressão pela família para arranjar noiva com rapidez! Com toda a calma que me caracteriza, respondi-lhe com um sorriso descontraído que na Europa uma pessoa casa quando quiser, com quem quiser e sem sofrer pressão por parte da família (ainda há famílias que fazem algum tipo de pressão nem que seja a nossa mãe a dizer «nunca mais sou avó», mas nada comparável com estas situações no Médio Oriente). Ele ficou espantado a olhar para mim e não me chateou mais sobre este assunto. Resignou-se...

Concluo este interessante episódio com este esclarecimento: o Ocidente e o Médio Oriente são muito diferentes no que toca ao Amor. Não obstante, não poderemos gozar ou minimizar as culturas em questão. Cada país ou cada região do globo com as suas características especificas! Se concordamos ou não com este género de casamentos arranjados, é a nossa opinião pessoal. Nunca podemos usar este aspecto como arma de arremesso ou de gozo contra quem quer que seja!

Que sejamos felizes! Até à próxima aventura!