Tenho 30 anos e quero casar. Alguma noiva interessada em
casar já!!
Este poderia ser o enredo de uma muito bem sucedida novela
Brasileira ou Portuguesa, mas é um “excerto” da vida real!
Muito poderia falar sobre as grandes diferenças entre os
países do Ocidente e os do Médio Oriente no que toca ao amor, às relações
conjugais ou mesmo ao sexo, porém teria de levar dias a fazê-lo… Hoje venho
aqui falar sobre um assunto real que aconteceu não há muito tempo com um dos
meus colegas de trabalho.
Antes disto e reflectindo um pouco sobre o que tenho escrito
acerca das diferenças culturais entre aquelas duas regiões do Globo, acredito
que algumas pessoas que lêem este Blogue comecem a pensar que ando a sonhar de
noite para vir aqui contar durante o dia, mas não! Tudo o que tenho escrito é
mesmo verdadeiro!
Bem, esclarecimento à parte, vamos então a mais este
capítulo da vida real.
Há umas semanas, um dos meus colegas confessou que iria
casar. Achei estranho pelo facto de ele ser do Egipto, a família estar a viver
no seu país natal e desconhecer a existência de uma namorada/noiva à priori. Bem,
tudo se resume a isto: os pais arranjaram-lhe uma noiva (não sei se tiveram de
pagar alguma coisa ou mesmo dar uns camelos em troca…). Sendo que os noivos
encontravam-se em países distantes e não poderiam encontrar-se para consumar a
cerimónia, os pais do meu colega organizaram a festa no Egipto para ambas as famílias
e o casamento concretizou-se mesmo sem a presença do noivo. Ele basicamente teve
de ir à Embaixada do Egipto no Kuwait, assinou o contrato de casamento, a Embaixada
atestou e enviou os papéis para o seu país de origem e a noiva assinou os
mesmos. Nada mais fácil!
Algumas pessoas já me questionaram se ele conhece a sua
actual esposa. Efectivamente, não sei responder a este ponto. Possivelmente,
ele conhece-la de vista enquanto vivia no Egipto (ele vive no Kuwait há vários
anos).
Deixando o casamento do meu colega – e desejando a Felicidade
que for possível para ambos – vou apresentar-vos alguns factos culturais que
podem explicar claramente este género de casamentos.
No meu trabalho aparecem muitos Egípcios (homens,
sobretudo). Em conversa com alguns deles, cheguei à conclusão que culturalmente
no Egipto, um homem que ainda não seja casado aos 26 anos começa a ser
discriminado pela Sociedade. Tomei conhecimento deste facto quando, em conversa
com um Egípcio, perguntou-me se era casado ou se tinha noiva. Rapidamente,
disse-lhe a verdade: não sou casado, não tenho noiva e sou, assim,
completamente solteiro. Ele, espantado, perguntou-me a idade. Quando lhe
respondi «26 anos», o Egípcio em questão afirmou que no seu país, um homem que não
seja casado ou que não tenha noiva até aos 25/26 anos é discriminado pela Sociedade
(gozado mesmo!) e começa a sofrer muita pressão pela família para arranjar noiva
com rapidez! Com toda a calma que me caracteriza, respondi-lhe com um sorriso descontraído
que na Europa uma pessoa casa quando quiser, com quem quiser e sem sofrer pressão
por parte da família (ainda há famílias que fazem algum tipo de pressão nem que
seja a nossa mãe a dizer «nunca mais sou avó», mas nada comparável com estas situações
no Médio Oriente). Ele ficou espantado a olhar para mim e não me chateou mais sobre este assunto. Resignou-se...
Concluo este interessante episódio com este esclarecimento: o
Ocidente e o Médio Oriente são muito diferentes no que toca ao Amor. Não obstante,
não poderemos gozar ou minimizar as culturas em questão. Cada país ou cada região
do globo com as suas características especificas! Se concordamos ou não com
este género de casamentos arranjados, é a nossa opinião pessoal. Nunca podemos
usar este aspecto como arma de arremesso ou de gozo contra quem quer que seja!
Que sejamos felizes! Até à próxima aventura!
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