De uns tempos para cá, em conversa com alguns Kuwaitianos, apercebi-me que muitos nativos deste país passam férias – alguns vivem durante meses – na nossa vizinha Espanha.
Para meu agrado, oiço cada vez mais Kuwaitianos a falar das
férias que passaram ou que pretendem passar em Portugal. Lisboa e arredores é o
seu destino de eleição, mas o Algarve também é frequentado por aqueles.
Surpreendentemente, nesta última semana, um homem Kuwaitiano na
casa dos 40 anos perguntou-me se eu era Português (ele sabia que as minhas
anteriores colegas o eram). A sua questão tinha como finalidade obter informação
sobre os preços das casas no “nosso” Portugal. Aproveitei para explicar os
preços médios (ele pretende comprar casa no Algarve junto ao mar) e
aconselhei-o a aproveitar os preços das habitações neste período em que estão, evidentemente,
mais baixos. Digamos que o homem ficou bastante surpreso com os preços! Escrevi
um sítio da Internet de uma imobiliária num papel e lá seguiu o seu caminho
todo satisfeito.
Todos estes factos que têm ocorrido ultimamente sobre os
Kuwaitianos à descoberta de Portugal e de Espanha provocam-me dois sentimentos díspares:
alegria e tristeza.
Alegria de ouvir os Kuwaitianos a falar tão bem do nosso
país, nomeadamente, da comida, da simpatia das pessoas, do clima, da paisagem,
dos preços baixos, de tudo, tudo, tudo!
Tristeza: fico triste em verificar que muitos são os que
viajam a Espanha e poucos a Portugal; se o nosso cantinho é tão especial e apreciado por que não o visitam?
Um dos grandes problemas é a falta de um consulado Português
no Kuwait para permitir/facilitar a aquisição de visto, promover viagens entre
os dois países (que as há!), ajudar na procura e reserva de hotel, etc… Um exemplo
claro resume-se ao facto dos Kuwaitianos pedirem o “Schengen Visa” na Embaixada
de Espanha o que os obriga a ter como destina final o nosso país vizinho.
Chegados a Espanha, seguem em direcção à Europa Central, deixando, assim,
Portugal fora do seu percurso.
Ora, o Kuwait é um país rico em termos de recursos fósseis,
logo, com grande capacidade económica. Apesar de todo este dinheiro, não deixa
de ser um deserto monótono com várias restrições. Portugal é um país pobre
quando falamos em economia, mas muito rico noutros aspectos (um dos países mais
variados do Mundo em relação à sua pequena dimensão geográfica: sol, praia, floresta,
neve, ilhas tropicais, história cristã, história árabe, etc.
Estimados Governantes, a vós me dirijo, onde está a promoção
de Portugal no Médio Oriente?
Para concluir, os Portugueses que vivem um pouco por todo o
Mundo não fugiram do seu país, abandonando-o nos momentos mais difíceis! Os
Portugueses que vivem pelo Mundo ajudam a promover, junto das mentes
desconhecedoras, o nosso cantinho à beira mar plantado!
Que melhores navegadores Portugueses do século XXI em (re)descoberta
de “territórios nunca antes explorados” haverá?!
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