Umas das características genericamente conhecidas em todo o
Mundo sobre o Ramadão limita-se ao facto de os Muçulmanos só poderem comer e
beber durante a noite, tendo, assim, de jejuar durante o dia. Digamos que esta
perspectiva não está errada mas é deveras limitada. O que significa o Ramadão
para além do jejum?
Há cerca de uma semana, em conversa com um dos meus amigos
Kuwaitiano, fiquei a conhecer a abrangência e sobretudo a simbologia do Ramadão
de acordo com os princípios religiosos dos praticantes. Neste sentido, pode-se seleccionar cerca de quatro características/princípios da prática do Ramadão:
- Religioso/espiritual: a prática do jejum significa, na sua
essência, a submissão a Deus. Este é um período de grande intensidade religiosa
onde os Muçulmanos (só alguns deles, nomeadamente aqueles que vivem a religião
de forma mais intensa) passam grande parte do dia/noite a orar, a ler o Corão e
a dedicar-se a Deus.
- Social: o mês do Ramadão é um período por excelência para
colocar de parte algum conflito familiar ou com vizinhos de parte. É uma
espécie de interrupção de questões discordantes entre as pessoas. Terminado o Ramadão, estes conflitos poderão continuar como
antes, mas em regra cessam mesmo!
- Físico: os Muçulmanos acreditam que a prática do jejum
(não ingerir nada, mesmo nada, durante todo o dia) origina uma limpeza
física/orgânica de todo o sistema digestivo. Este reage positivamente ao jejum
e inicia, assim, uma espécie de auto limpeza e eliminação de resíduos tóxicos,
gorduras, etc de todo o aparelho digestivo.
- “Direitos Humanos” (foi assim que me transmitiram este princípio):
o facto de passarem fome faz com que todas as pessoas, independentemente sejam
ricas ou não, sintam fisicamente o que as pessoas pobres passam durante todo o
ano. É uma espécie de lição moral sobre os bens materiais.
Resumidamente, estas (e outras) são as crenças que orientam os Muçulmanos na sua demanda religiosa durante o Ramadão e pelo
enorme respeito e submissão (na minha perspectiva, medo) que têm perante Deus.
NOTA: mais uma vez, tudo o que se encontra aqui escrito
foi-me verbalizado por um Muçulmano praticante. A sua veracidade científica não
foi alvo de pesquisa (e não é isso que se pretende neste momento).
Até breve!
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