domingo, 22 de julho de 2012

Características do Ramadão


 Umas das características genericamente conhecidas em todo o Mundo sobre o Ramadão limita-se ao facto de os Muçulmanos só poderem comer e beber durante a noite, tendo, assim, de jejuar durante o dia. Digamos que esta perspectiva não está errada mas é deveras limitada. O que significa o Ramadão para além do jejum?

Há cerca de uma semana, em conversa com um dos meus amigos Kuwaitiano, fiquei a conhecer a abrangência e sobretudo a simbologia do Ramadão de acordo com os princípios religiosos dos praticantes. Neste sentido, pode-se seleccionar cerca de quatro características/princípios da prática do Ramadão:

- Religioso/espiritual: a prática do jejum significa, na sua essência, a submissão a Deus. Este é um período de grande intensidade religiosa onde os Muçulmanos (só alguns deles, nomeadamente aqueles que vivem a religião de forma mais intensa) passam grande parte do dia/noite a orar, a ler o Corão e a dedicar-se a Deus.

- Social: o mês do Ramadão é um período por excelência para colocar de parte algum conflito familiar ou com vizinhos de parte. É uma espécie de interrupção de questões discordantes entre as pessoas. Terminado o Ramadão, estes conflitos poderão continuar como antes, mas em regra cessam mesmo!

- Físico: os Muçulmanos acreditam que a prática do jejum (não ingerir nada, mesmo nada, durante todo o dia) origina uma limpeza física/orgânica de todo o sistema digestivo. Este reage positivamente ao jejum e inicia, assim, uma espécie de auto limpeza e eliminação de resíduos tóxicos, gorduras, etc de todo o aparelho digestivo.

- “Direitos Humanos” (foi assim que me transmitiram este princípio): o facto de passarem fome faz com que todas as pessoas, independentemente sejam ricas ou não, sintam fisicamente o que as pessoas pobres passam durante todo o ano. É uma espécie de lição moral sobre os bens materiais.

Resumidamente, estas (e outras) são as crenças que orientam os Muçulmanos na sua demanda religiosa durante o Ramadão e pelo enorme respeito e submissão (na minha perspectiva, medo) que têm perante Deus.

NOTA: mais uma vez, tudo o que se encontra aqui escrito foi-me verbalizado por um Muçulmano praticante. A sua veracidade científica não foi alvo de pesquisa (e não é isso que se pretende neste momento).

Até breve!

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