Após vários meses vividos no Médio Oriente, chegou um dos períodos
por mim muito aguardado: o Ramadão! Muito se ouve falar desta característica fundamental
do Islamismo, porém quando se vive num país esmagadoramente Muçulmano começamos
a tomar consciência (começamos a aprender!) que este período tem uma simbologia
muito mais abrangente do que “passar fome” como ignorantemente se afirma.
Hoje é o dia em que efectivamente o Ramadão começou. Mas,
será que já sabíamos à priori que se iniciava mesmo a 20 de julho? Não! Até ontem
à tarde não se tinha a certeza do início exacto do Ramadão, pois poderia começar
a 20 ou a 21 de julho. Por quê? Tudo devido à Lua! Esta religião baseia-se
sobretudo na posição da Lua e do Sol (irei escrever sobre a relação da Lua com
esta religião em breve; assunto muito curioso!), logo, só ontem à noite e de
acordo com a visualização do início da lua quarto crescente se concluiu que o
Ramadão teria início no presente dia.
«Ramadão», em primeiro lugar, é o nome de um dos meses do
calendário lunar Muçulmano (no Kuwait, o calendário gregoriano é utilizado como
referência geral sendo o calendário islâmico utilizado, sobretudo, para questões
religiosas). Com o início deste mês, adivinha-se um período muito especial de
intensa actividade e comunhão espiritual e de harmonia com todos os cidadãos.
Uma das regras fundamentais do Ramadão é não ingerir nada
(sólido ou liquido) durante a maior parte do dia (não, não é durante toda a
noite que o jejum cessa; há um determinado período!). Isto significa que não podem
comer, beber (nem sequer água!), fumar, mascar pastilha, etc…
Para os não religiosos ou para os seguidores de outras religiões
ou livre pensadores a proibição também
se lhes aplica! Claro que poderão fazê-lo mas sempre dentro de casa! Caso
contrário e se forem apanhados pagam uma determinada multa e são mesmo presos
independentemente da confissão religiosa ou nacionalidade.
Durante o Ramadão vou apresentar várias características deste
período e de algumas situações que poderei presenciar in loco.
Até breve!
NOTA: tudo o que escrevo e irei escrever sobre o Ramadão
foi-me ensinado directamente por Muçulmanos praticantes!
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