quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Os Muçulmanos e o Natal


Em Portugal e um pouco por todos os países maioritariamente Católicos a época por que estamos a passar, neste momento, tem um “sabor” especial.

Não obstante, como será vivido este período em países não Católicos? Bem, vou então explorar este ponto e ao mesmo tempo dando a minha opinião pessoal.

Como é sabido, o Natal é uma celebração do nascimento de Jesus. Isto significa, claramente, que é uma celebração ritualizada nos países Católicos/nas famílias Católicas. Neste sentido, seria de esperar que nos países do Médio Oriente e em particular no Kuwait o Natal simplesmente não existisse. Bem, não poderíamos estar mais enganados…

No início deste mês, enquanto andava a fazer umas pequenas compras num hipermercado cá da zona, fiquei estático, de boca aberta e com os olhos a sorrir quando vejo um enorme corredor com decoração de Natal à venda!

Semanas mais tarde – pensando que já tinha visto tudo em relação ao Natal neste país – as lojas começaram a “cheirar” a Natal com as suas montras enfeitadas, com músicas natalícias, com “Merry Christmas" nos vidros, etc Estas circunstâncias deixaram-me a reflectir no impacto que este período tem um pouco por todo o Mundo.

O Kuwait que é um país maioritariamente Muçulmano, meio fechado para o Mundo exterior, onde se ouve os períodos de oração cinco vezes ao dia, onde as mulheres e os homens usam vestes tradicionais ligadas ao Islão onde se enquadra o Natal em todo este puzzle de dificuldade alta? Bem, claro que em todo o Mundo existem pessoas Católicas, mas e na minha perspectiva, este período Natalício é sobretudo uma época de consumismo e, obviamente, não religiosa.

Estamos a três dias do Natal e para mim aparentemente avizinha-se um dia como qualquer outro. Em Portugal, a publicidade televisiva, as montras enfeitadas, o “Feliz Natal” por todo o lado, as luzes e as cores nas ruas e em determinados edifícios fazem com que a nossa mente se foque nesta data como se a Vida deixasse de fazer sentindo sem a compra de algo.

Para concluir e reflectir, Jesus veio a este Planeta para nos transmitir uma mensagem de Amor e de Compaixão ou veio às compras? Pois, já sabem a resposta, não é?!

Felicidades para todos e para todas!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Para reflectir...

«Morreu o líder norte-coreano Kim Jong-il»


O Mundo está mesmo em mudança! Será que ainda não reparaste?

domingo, 18 de dezembro de 2011

Ser perspicaz

«Cachorro e Pantera



Um senhor muito rico vai a caça na África e leva consigo um cachorrinho para não se sentir tão só naquelas regiões. Um dia, já na expedição, o cachorrinho começa a brincar de caçar mariposas e quando se dá conta já está muito longe do grupo do safari.

Nisso vê que vem perto uma pantera correndo em sua direção. Ao perceber que a pantera irá devorá-lo, pensa rápido no que fazer. Vê uns ossos de um animal morto e se coloca a mordê-los. Então, quando a pantera está a ponto de atacá-lo, o cachorrinho diz:
- Ah, que delicia esta pantera que acabo de comer!

A pantera para bruscamente e sai apavorada correndo do cachorrinho e vai pensando:
- Que cachorrinho bravo! Por pouco não come a mim também!

Um macaco que estava trepado em uma árvore perto e que havia visto a cena, sai correndo atrás da pantera para lhe contar como ela foi enganada pelo cachorro.

Mas o cachorrinho percebe a manobra do macaco. O macaco alcança a pantera e lhe conta toda a história. Então a pantera furiosa diz: - Cachorro maldito! Vai me pagar! Agora vamos ver que come a quem!

- Depressa! - Disse o macaco. - Vamos alcançá-lo.

E saem correndo para buscar o cachorrinho. O cachorrinho vê que a pantera vem atrás dele de novo e desta vez traz o macaco montado em suas costas

- Ah, macaco desgraçado! O que faço agora? Pensou o cachorrinho.
O cachorrinho ao invés de sai correndo, fica de costas como se não estivesse vendo nada, e quando a pantera está a ponto de atacá-lo de novo, o cachorrinho diz:
- Maldito macaco preguiçoso! Faz meia hora que eu mandei me trazer uma outra pantera e ele ainda não voltou!


Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento.»


Fonte: http://www.minuto.poetico.nom.br/msg486.php

sábado, 17 de dezembro de 2011

Ser ou não Ser...


Costumamos muitas vezes ouvir/proferir «Não gosto da Vida que tenho» pelas mais variadíssimas razões. Mas como podemos gostar ou não gostar de algo que não nos pertence?! Este sentimento de posse, de propriedade é fruto de mentes que vivem num Mundo consumista onde se pode comprar tudo… E se tudo o que vemos, tudo o que cheiramos, tudo o que ouvimos, tudo o que sentimos, tudo o que saboreamos não existir? E se esta mão cheia de sentidos fossem unicamente impulsos nervosos?

Será que esta casa existe mesmo? Será que este sofá existe mesmo? Será que este computador existe mesmo? Será que este Blogue existe mesmo?


Será que tu, eu, NÓS existimos mesmo?

domingo, 11 de dezembro de 2011

O Islão e os períodos de oração.


A grande maioria dos habitantes do Kuwait (e dos países árabes) são Muçulmanos. Existem muitas características específicas ligadas ao Islão que reflecte-se, obviamente, nas culturas destes países. Poderia numerar e explicar muitas delas, porém, hoje, limito-me a falar sobre a oração.

Todos os dias, existem 5 períodos de oração (pray time). No Kuwait, um antes do nascer do Sol, um durante a manhã (neste momento, por volta das 11h), um ao início da tarde (por volta das 14h) e dois ao início da noite (um pouco antes das 17h e outro, sensivelmente, uma hora depois). Estes horários concretos vão mudando todos os dias (por isso, escrevi “neste momento” no segundo período de oração). Esta mudança de horários é tão simples quanto isto: de dia para dia, os períodos de oração antecipam-se um minuto em relação ao dia anterior.

Durante os períodos de oração (que duram cerca de 5 minutos), todas as pessoas têm de desligar todos os aparelhos que estejam a emitir música por respeito a esta religião ao mesmo tempo que são transmitidas orações pelo sistema de áudio dos espaços públicos (centros comerciais, supermercados, lojas, …), pelas rádios, pelas televisões e mesmo por toda a cidade (existem megafones no exterior de todas as mesquitas que entoam por toda a cidade!).

Em relação à oração propriamente dita, os muçulmanos têm de seguir alguns rituais. Em primeiro lugar, nunca rezam calçados nem em contacto directo com o chão, ou seja, rezam só com meias e – se não estiverem numa Mesquita – em cima de um tapete “religioso”. Antes de iniciarem a oração, têm de lavar as mãos, a boca, o nariz, a cara, os braços e os pés (nestes últimos, basta passar com as mãos molhadas) enquanto vão dizendo o “nome” de Alá (eu pensava que Alá não tinha necessariamente outro nome, era “Alá” e pronto, mas, não, tem um nome próprio que não consigo transcrever para aqui).

Após todos os preparativos pré-oração, esta manifesta-se da seguinte forma (como é amplamente sabido, a oração é ritualizada em direcção a Meca que fica na Arábia Saudita): de pé em cima do tapete, inicia-se dizendo “Alá” com uma entoação muito concreta (faz-me lembrar a pronunciação do “Om” em meditação). De seguida, vão pronunciando algumas passagens do Corão enquanto passam da posição: em pé para de joelhos, de joelhos para com a cabeça a tocar no tapete, e o retorno à posição inicial. Eles repetem este ritual  algumas vezes durante aproximadamente 5 minutos (assumo que não sei se existe um número concreto para este rito que vai do estar em pé ao estar de joelhos com a testa a tocar no tapete). 

Nas Mesquitas, estes períodos de oração são orientados por um Iman. Como seria de esperar, as mulheres não podem orar junto dos homens. Dentro das Mesquitas existem duas “salas”: uma mais pequena para as mulheres, outra maior para os homens.

Segundo um dos meus colegas e amigo, os homens devem orar sempre nas Mesquitas e as mulheres podem rezar sempre em casa pois o Corão assim o transmite. Todavia, “is not nice” os homens orarem em casa e não o fazerem nas Mesquitas.

Agora devem esta a pensar: mas eles “têm” de orar 5 vezes ao dia?
Pois, existe quem não o faça sequer! Como no Cristianismo, existem pessoas que vão à Igreja rezar todos os dias, outras todos os fins de semanas e aquelas que simplesmente não vão; assim o é na religião Muçulmana, uns mais radicais e outros mais liberais…

Para concluir, os Muçulmanos têm um grande respeito (que roça o medo) pelo seu Deus e a oração não é nada de “outro Mundo” (e não espetam o rabo como muitas pessoas pensam…)



Para reflectir...


«Nenhum floco de neve cai no lugar errado.»
(Blogue: Esfera Dourada - http://www.esferadourada.com/blog/ )


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Morte: reflexão...


Ontem não foi um dia nada feliz no seio da minha família. Este acontecimento pôs-me, novamente, a reflectir sobre o assunto: Nascer-Viver-Morrer. Digo-vos, desde já, que tenho uma perspectiva sobre o assunto completamente díspar em relação à Cultura Portuguesa / à Educação Religiosa Católica Apostólica Romana.

Passamos a nossa Infância a receber, de alguma forma, seja a nossa família Católica praticante/semi-praticante/descrente, educação e formação religiosa onde é-nos transmitido a Paixão de Cristo, o seu sacrifício pelos seus “Irmãos”, a sua dolorosa morte e o seu ressuscitamento. Quando iniciamos o capítulo da morte e da ressurreição, o que a “nossa” religião/cultura nos ensina? Depois de partirmos deste Mundo e se formos pessoas de bem iremos passar a Eternidade no Paraíso (onde o Amor, a Paz, a Alegria, a Felicidade, … reinam) junto dos nossos familiares /amigos e junto dos nossos Anjos, Deuses e do Criador.

Posto isto, o por quê da tremenda tristeza quando algum Familiar ou amigo “parte deste Mundo para o Paraíso”? Algumas pessoas irão responder: porque ficamos com saudades; nunca mais o/a vou ver; ele/ela não merecia; ele/ela faz-me falta ou irão simplesmente responder “eu não quero que isto aconteça” (em negação pelos acontecimentos).

Vamos então reflectir: se o nosso familiar ou amigo partiu em direcção ao Paraíso, vai estar em Paz pela toda Eternidade (não costumamos dizer “descanse em Paz”?!) junto de todos os outros familiares que entretanto “já partiram” enquanto aguardam - um dia - por “nós”, este sentimento de tristeza provém de onde ou do quê? Por um lado, temos – sem dúvida – medo da Morte! Nós – Seres Humanos – temos medo do desconhecido e a Morte é para a maioria das pessoas desconhecida. Por outro, os sentimentos de ter “saudades”, “nunca mais o/a vou ver”, “faz-me falta”, etc são sentimentos egoístas, ou seja, provenientes de dentro de nós que têm como finalidade o nosso bem-estar, a nossa “recuperação” psicológica. Basicamente é o apego que adquirimos em relação àquela imagem/pessoa, como se aquele Ser fosse “nosso”, fosse nossa “propriedade”. Afinal de contas, este sentimento de apego prende-nos… Coloquemos de lado estas “correntes” que nos prendem…!

A cerimónia de enterro, de acordo com a cultura Portuguesa (e de muitos países) dá muito que pensar… Não irei falar, outra vez, da Tristeza que banha este ritual (estarmos tristes por o nosso familiar/amigo ter partido em direcção ao Paraíso?!). Em primeiro lugar, parte significativa das pessoas que conheço têm medo dos cemitérios, que já mais entrariam nestes espaços de noite e muito menos sozinhas! Depois, nestes lugares encontramos sempre pessoas tristes, a chorar ou mesmo a gritar. Já pensaram na enorme carga pesada e negativa que paira naqueles espaços? Se temos medo de cemitérios, o porquê de colocarmos o nosso familiares/amigos naqueles sítios que assustam…? Cá está mais um grande contra-senso da nossa cultura…

Após o enterro, passamos os dias seguintes (meses, anos, …) a colocar flores e velas na campa do nosso ente querido. Para quê? Então o nosso familiar/amigo já não se encontra no Paraíso?! Já não está naquele local… Melhor, o que se encontra naquele local é o corpo físico ou o que ainda resta dele… Se querem um conselho, façam um pequeno altar em algum cantinho de vossas casas e acendam uma vela e coloquem flores em memória dos vossos entes queridos ou façam-no em alguma Igreja e aproveitem para agradecer por tudo o que aprenderam e por todos os momentos da Vida em conjunto. Será muito mais “saudável” para todos e todas!

Para concluir, pois este texto já está muito grande, já pararam 5 minutos para pensar/reflectir no que gostariam que acontecesse após a vossa Morte? Acredito que não pois ela assusta-nos, não é? Mas é um bom exercício que deveríamos “oferecer” a nós próprios. Eu, que sigo a filosofia de Vida de “fazer aos outros o que gostaria que fizessem a mim”, não posso estar triste nesta altura (apesar de alguma lágrima teimosa caia). Quando o meu corpo físico morrer - pois nós, a nossa verdadeira essência nunca “morre” - queria que encarassem aquela partida como um “até já”, como um finalizar de um ciclo para iniciar outro; nada de tristezas, nada de lutos, nada de enterros, mas um “sim” à cremação e seu depósito no mar, um “sim” ao sentimento guardado no coração de cada um de vós, pois não é pela quantidade de flores que “medimos” o nosso sentimento… Que seja «uma flor que perdemos do nosso Jardim, mas o seu perfume permanece internamente no nosso coração»

Para ti… Obrigado por tudo o que me ensinaste, obrigado pelos momentos Alegres que me permitiste, obrigado pelas situações mais tensas que me fizeram crescer… Sei que agora segues para um ciclo “muito melhor”… Resumidamente: Muito Obrigado!

Pensamentos...

Viver nos corações que deixamos atrás de nós, isso não é morrer.
(Thomás Campbell)

Morrer é o apagar da lâmpada ao nascer do dia, não o apagar do sol.
(Tagore)

Quando a minha voz se calar com a morte, o meu coração continuará a falar-te.
(Tagore)

A morte só é horrível para as pessoas que nunca entenderam a vida.
(A. de Mello)

Ninguém morre antes da Hora
(Montaigne)

Aquilo a que a lagarta chama fim do mundo, o homem chama borboleta.
(Richard Bach)

 Queremos ir ao Céu, mas não queremos ir por onde se vai para o Céu…
(Padre António Vieira)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Para reflectir...


«Encontramos pela Vida milhões de corpos; desses milhões podemos desejar, talvez algumas centenas, mas dessas centenas, apaixonamo-nos apenas por um, ou um pouco mais que isso.»
 (Roland Barthes)

domingo, 4 de dezembro de 2011

À conquista do Mundo - Kuwait XIV

Nem todos os dias são monótonos e stressantes! [24 de Novembro de 2011]

Apesar de já ter passado algum tempo, vou contar o fantástico – e muito curioso – dia que passei para realizar o meu “Civil ID”.

Antes de tudo, tenho de explicar o que é isto de “Civil ID”. Bem, é nada mais, nada menos do que o meu visco comercial prolongado (de um ano, renovável). No Kuwait, para ser-nos dado (ou vendido) o visto comercial temos de fazer uma espécie de cartão de identificação civil.

Passei este dia constantemente acompanhado pelo meu “sponsor” (pessoa que é “responsável” por nós enquanto vivemos no Kuwait; claro que ele é pago para fazer este trabalho).

Vamos, então, à aventura:

Comecei o dia à procura de uma loja de fotografias pois precisava de 12 fotos tipo passe (sim, 12!) para tratar de toda a papelada para o meu Civil ID. De seguida, dirigimo-nos para um grande edifício público onde estão representados parte dos ministérios do Kuwait para renovar, primeiramente, o meu visto comercial temporário. Este edifício é tão simples e funcional quanto isto: vamos a um Ministério para tratar de um papel, mas depois precisamos de um outro documento de um diferente Ministério. O que se faz? É fácil, sai-se de uma sala (Ministério “A”) para a sala do lado (Ministério “B”). Digamos que é uma espécie de “Loja do Cidadão” de Ministérios. Ai, tanto tempo que se pouparia para tratar de alguns documentos/licenças/registos em Portugal, não é?!

Terminada esta renovação do visto, iniciamos o processo do meu visto comercial de longo prazo. Deslocamo-nos, então, a um local para preencher os documentos à máquina de escrever. Bem, este local é no mínimo nascido de um filme! Ainda na rua, temos lojas de brinquedos (nunca tinha visto tanta bicicleta junta!!!) de um lado e, do outro, uma espécie de oficina onde estavam dois homens a reparar uma motorizada. Entramos e quem é que preenchia os papeis à máquina? Uma mulher de burca (só com os olhos a descoberto: leiam a minha nota “À conquista do Mundo - Kuwait IX”  sobre o assunto)! Nunca tinha visto uma mulher de burca a trabalhar…

Ainda de “boca aberta”, subi para o segundo piso deste edifício. Então não é que, naquele edifício sem cor, sujo, com homens sentados à porta como se pedissem esmola no meio de lixo aqui e ali, é onde se realiza a digitalização das impressões digitais?! Lá entrei, colocaram um número identificativo no meu passaporte e dirigiram-me a uma máquina (uma espécie de máquina que é utilizada em Portugal para a realização do Cartão de Cidadão). Quem é que nos atende? Um polícia (digamos, que este deve ter a minha idade mas tem cara de poucos amigos…). Preparei-me para tirar uma foto (preparei-me nada! Quando me apercebi já estava!) e lá coloquei os dedos numa espécie de scanner. Então não é que já não bastava estar a levar com um policia sisudo, a máquina não conseguia ler as minha impressões digitais?! Tentamos, tentamos,… até que o polícia colocou pó de talco nas minhas mãos e a máquina consegui finalmente “ler os meus dedos”.

Saímos deste local e fomos para outra zona da cidade. Estacionamos o carro num parque de estacionamento térreo e dirigimo-nos para uma zona concreta deste parque. Até que, de repente, aparece um mini bus branco e o meu sponsor disse-me para entrar. Cumprimentamos as pessoas “Salame”, sentamo-nos e ao fim de 2 minutos já estávamos a sair deste transporte e a entrar num enorme edifício público.

Mais uma situação que me deixou de boca aberta: o Estado do Kuwait disponibiliza autocarros – gratuitos! – que transportam as pessoas dos parques de estacionamento a este grande edifício público! Mais, estes autocarros estão sempre a passar (de 5 em 5 minutos) e os parques de estacionamento ficam a uns 500 metros de distância! Só aqui vê-se a diferença entre os países ricos e os outros…

Chegados ao edifício público – que também congrega vários Ministérios, mas, neste caso, serve para tratar de assuntos mais importantes -  fomos logo revistados à entrada. Tratamos do que tínhamos a tratar e… “pray time”. Mais uma situação que não estava à espera: existe, no meio do edifício, uma zona para rezar. Como que numa espécie de corredor de passagem, existem uns tapetes colocados simetricamente no chão e as pessoas rezam ali. Sentei-me num banco ali perto enquanto o meu sponsor rezava (leva cerca de 5 minutos) e fui observando como eles rezam (é uma excelente oportunidade para observar as suas rezas pois ainda não sei até que ponto poderei entrar numa mesquita). Bem, resumidamente aquelas histórias de que eles “espetam o rabo” para rezar não são bem assim (de futuro hei de falar sobre o assunto noutra nota).

Terminada esta corrida entre edifícios públicos, fomos almoçar. Comi num restaurante Indiano – a melhor comida de sempre alguma vez digerida no Kuwait – cujas mesas estão colocadas dentro de compartimentos isoladas umas das outras, ou seja, ninguém vê quem está nas outras mesas do restaurante (é bom para almoçar com as namoradas, segundo o meu sponsor, pois é proibido manifestar alguma intimidade em público, assim, naquele espaço, pode-se comer e… “comer”).

Terminada a refeição, fomos a um coffee Shop. Que coisa mais… Nem sei dar uma caracterização concreta de tão assustador que aquilo era. Basicamente “aquilo” era um espaço escuro, com nuvens de tabaco por todo o lado, com sofás sujos e rotos e as empregadas pareciam que vendiam de tudo um pouco inclusive o seu próprio corpo… O meu sponsor bebeu um sumo e fumou shisha e eu pedi um café. Bem, directamente não sei se aquilo era café ou veneno para ratos… intragável! Aquela especialidade que me deram era um turquish coffee que sabe muito, muito mal (já sabem, nunca peçam um “café turco” mas sim um café expresso!).

Saímos e fomos concluir o processo do meu Civil ID: recolha de sangue e raio-X ao tórax (para ser-nos dado o visto comercial prolongado, não podemos ter DST nem tuberculose). Fiz a colheita de sangue num lado e o raio-X noutro ponto da cidade. A recolha de sangue foi perfeitamente regular mas o raio-X… parecíamos uma vara de porcos em fila à espera de vez para a matança: puff, next, puff, next, puff, next

E, pronto, encontro-me, agora, a aguardar pelos resultados dos exames para finalizar o meu processo.

Foi um dia muito longo, andei de um lado para o outro, mas deu para conhecer sítios que não tinha visitado e aumentei o meu conhecimento da cultura deste país. Se gostei deste dia? ADOREI!

Até à próxima aventura! =)


 
Uma pequena amostra da enorme quantidade de bicicletas que estavam à entrada do edifício onde se realiza a digitalização das impressões digitais.

 
Após um longo dia "sem parar", somos presenteados por este lindo pôr do sol!