domingo, 11 de dezembro de 2011

O Islão e os períodos de oração.


A grande maioria dos habitantes do Kuwait (e dos países árabes) são Muçulmanos. Existem muitas características específicas ligadas ao Islão que reflecte-se, obviamente, nas culturas destes países. Poderia numerar e explicar muitas delas, porém, hoje, limito-me a falar sobre a oração.

Todos os dias, existem 5 períodos de oração (pray time). No Kuwait, um antes do nascer do Sol, um durante a manhã (neste momento, por volta das 11h), um ao início da tarde (por volta das 14h) e dois ao início da noite (um pouco antes das 17h e outro, sensivelmente, uma hora depois). Estes horários concretos vão mudando todos os dias (por isso, escrevi “neste momento” no segundo período de oração). Esta mudança de horários é tão simples quanto isto: de dia para dia, os períodos de oração antecipam-se um minuto em relação ao dia anterior.

Durante os períodos de oração (que duram cerca de 5 minutos), todas as pessoas têm de desligar todos os aparelhos que estejam a emitir música por respeito a esta religião ao mesmo tempo que são transmitidas orações pelo sistema de áudio dos espaços públicos (centros comerciais, supermercados, lojas, …), pelas rádios, pelas televisões e mesmo por toda a cidade (existem megafones no exterior de todas as mesquitas que entoam por toda a cidade!).

Em relação à oração propriamente dita, os muçulmanos têm de seguir alguns rituais. Em primeiro lugar, nunca rezam calçados nem em contacto directo com o chão, ou seja, rezam só com meias e – se não estiverem numa Mesquita – em cima de um tapete “religioso”. Antes de iniciarem a oração, têm de lavar as mãos, a boca, o nariz, a cara, os braços e os pés (nestes últimos, basta passar com as mãos molhadas) enquanto vão dizendo o “nome” de Alá (eu pensava que Alá não tinha necessariamente outro nome, era “Alá” e pronto, mas, não, tem um nome próprio que não consigo transcrever para aqui).

Após todos os preparativos pré-oração, esta manifesta-se da seguinte forma (como é amplamente sabido, a oração é ritualizada em direcção a Meca que fica na Arábia Saudita): de pé em cima do tapete, inicia-se dizendo “Alá” com uma entoação muito concreta (faz-me lembrar a pronunciação do “Om” em meditação). De seguida, vão pronunciando algumas passagens do Corão enquanto passam da posição: em pé para de joelhos, de joelhos para com a cabeça a tocar no tapete, e o retorno à posição inicial. Eles repetem este ritual  algumas vezes durante aproximadamente 5 minutos (assumo que não sei se existe um número concreto para este rito que vai do estar em pé ao estar de joelhos com a testa a tocar no tapete). 

Nas Mesquitas, estes períodos de oração são orientados por um Iman. Como seria de esperar, as mulheres não podem orar junto dos homens. Dentro das Mesquitas existem duas “salas”: uma mais pequena para as mulheres, outra maior para os homens.

Segundo um dos meus colegas e amigo, os homens devem orar sempre nas Mesquitas e as mulheres podem rezar sempre em casa pois o Corão assim o transmite. Todavia, “is not nice” os homens orarem em casa e não o fazerem nas Mesquitas.

Agora devem esta a pensar: mas eles “têm” de orar 5 vezes ao dia?
Pois, existe quem não o faça sequer! Como no Cristianismo, existem pessoas que vão à Igreja rezar todos os dias, outras todos os fins de semanas e aquelas que simplesmente não vão; assim o é na religião Muçulmana, uns mais radicais e outros mais liberais…

Para concluir, os Muçulmanos têm um grande respeito (que roça o medo) pelo seu Deus e a oração não é nada de “outro Mundo” (e não espetam o rabo como muitas pessoas pensam…)



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