domingo, 4 de dezembro de 2011

À conquista do Mundo - Kuwait XII

Sabem o que são escadas rolantes? [2 de Novembro de 2011]


Há poucos dias assisti a algo que não estava à espera em pleno século XXI (talvez pela ignorância que me assiste…).

Estava uma família (muito provavelmente) Indiana – com os seus lindos trajes – a passear num dos centros comerciais aqui da zona. Pelo que pude observar, era a primeira vez que estas pessoas viam escadas rolantes. Digo isto com toda a convicção motivado pelo grande receio que demonstravam em entrar naquele “carrossel” que nunca pára. “Como se entra nisto?” Deveriam estar a pensar. Até que uma das mulheres fez-se à “fera” e lá começou a subir (desde que estou cá a viver, comecei a reforçar a ideia de que as mulheres são as verdadeiras “donas do Mundo” e os homens são uma espécie de guerreiros das belas donzelas limitando-se a um papel secundário  – outro tema para uma futura nota!).

Logo a seguir à aventureira senhora (com a sua roupa cheia de cores, brilhantes, rendas…) entrou um jovem com os seus 8 anos e um homem. O jovem rapaz agarrou-se ao homem visivelmente bastante assustado como se estivesse a montar um animal selvagem e lá subiram.

Este pequeno episódio pôs-me a reflectir sobre a tremenda ignorância que nos assola. Vivemos numa zona do Mundo tida como desenvolvida (Europa), onde existe um pouco de tudo e em que a «Era do Conhecimento» abrange qualquer indivíduo minimamente letrado. Mas, nada disso! Nunca, mesmo nunca, podemos dizer que já vimos um pouco de tudo, que já dominamos determinadas áreas do saber sem que tenhamos contactado com “outros Mundos”, outras realidades, outras culturas (qual Vasco da Gama à conquista dos “Mares nunca dantes navegados”…).

Costumamos olhar para o Mundo tendo por base a nossa realidade – Portugal e a restante Europa – pensando (ou ignorando) que todos os países do Mundo são como o nosso; que se existe determinada “coisa” na nossa realidade também a existe um pouco por todo o Mundo: a isto se chama Etnocentrismo Cultural (conceito antropológico que, do ponto de vista intelectual, é a dificuldade de pensar a diferença; de ver o Mundo com os olhos dos outros).

Será que, na realidade Indiana, as escadas rolantes serão importantes? Calculo que não! Há, com certeza, outros assuntos muito mais importantes a pensar/resolver do que este pequeno brinquedo dos países “desenvolvidos” (digamos, países desenvolvidos materialmente.)

Neste contexto e em conversa com o homem que faz manutenção no meu local de trabalho – ele é Indiano – fiquei a saber que com simplesmente dois dos meus ordenados de cá (não é um grande ordenado em Euros) “sou” rico na Índia.

Será que o meu próximo destino (ou um dos próximos) será a Índia? Não pela riqueza material mas sim pela riqueza cultural e espiritual! Está aqui tão perto e tão longe ao mesmo tempo… Uma coisa é certa, já sei os locais que – em férias – tenho de conhecer. É a vantagem de manter contacto com pessoas provenientes dos países a visitar.

Até breve Índia!

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