Segundo mês no Kuwait e o Grito de revolta! [31 de Outubro de 2011]
Hoje faz precisamente 2 meses que estou a viver no Kuwait. Confesso, desde já, que este último mês tem sido muito difícil de ultrapassar, não pelas saudades dos meus amigos Portugueses ou familiares, mas sim por variadíssimas circunstâncias.
Ao fim de 3 semanas a viver neste país, o meu colega português teve de ir trabalhar para o Dubai. Foi precisamente nesta altura em que comecei a ter consciência de onde estou (quando vamos viver para outro país, os primeiros dias/semanas são uma espécie de descoberta e, como tudo é novidade, a nossa mente está tão absorvida que não “sabemos” o que andamos por aqui a fazer; isto na minha perspectiva e experiência pessoal).
Já passaram um mês e pouco sem terem com quem falar (pessoalmente) em Português? Pois não vos aconselho para manterem o discernimento mental perfeito! Foi no período em que comecei a “acordar” para a realidade em que estou envolvido, que dou por mim a ser obrigado a falar em Inglês e a passar a Vida a ouvir Árabe… Português nem vê-lo (ou ouvi-lo, neste caso!).
Ao nível profissional, as coisas também começaram a ser bastante exigentes. Todos os dias estava a “levar na cabeça” por circunstâncias sem fundamento… Imaginem o que é todos os dias terem alguém ao telefone a falar convosco em Português (na maioria dos dias, a única pessoa com quem falamos na nossa língua…) para perguntar o que se passa, o porquê disto, o porquê daquilo… É quase como se estivéssemos naufragados há dias no mar e ao fundo vêem uma ilhota; nadam até lá mas a ilhota está toda vedada…
Antes de sair de Portugal, tive amigos que me apoiaram a 100% para embarcar nesta aventura; outros não me deram tanto apoio, como já contei em notas anteriores. Agora vou ser directo doa a quem doer (como se caracteriza a minha personalidade): onde andam vocês, meus amigos de Portugal? Neste período em que mais preciso de uma voz amiga, de trocar dois dedos de conversa nem que seja para ouvir/ler: “Olá, Tiago, estás bom?” Sempre se mostraram muito amigos enquanto estive em Portugal, enquanto me davam palmadinhas nas costas, agora que estou a milhares de quilómetros da nossa Pátria esqueceram-se que existo? Eu continuo a ser o Tiago que sempre fui… não deixei de amar o meu País, a nossa cultura, os meus amigos e familiares, … A amizade não é para ser alimentada unicamente quando há momentos felizes! E quando estamos em baixo? E quando estamos com problemas? Quem nos ajuda? Eu sei perfeitamente que parte dos meus amigos têm trabalho/escola que lhes absorve muito tempo! Mas eu só peço um minuto do vosso precioso tempo! Serão altruístas o suficiente para me conceder esse minuto? Ou tenho de agradece-lo e lá se vai o altruísmo “por água a baixo?”…
Ah, depois tenho aqueles amigos que deixaram-me de falar só porque coloquei um “Gosto” num comentário de sua ex no FB… Mas, afinal, a nossa amizade não é forte o suficiente para ultrapassar todos estes pequenos desentendimentos? Quando vocês precisaram, eu estava lá, agora que sou eu quem precisa, onde estão vocês? Vamos ser crescidos o suficiente e encarar os problemas de frente! Só assim os podemos resolver, não é colocando o lixo debaixo do tapete que faz com que a casa fique limpa.
Muito sinceramente: se há algum problema que queiram ser esclarecido, perguntem-me o que se passou! Vamos tentar resolver essa situação/divergência; dificilmente conhecem ou conhecerão alguém com o espírito tão aberto para resolver situações pendentes pelo bem! Não criemos Carma para resolver no futuro; vamos viver o aqui e agora, por favor!
Em género de conclusão, tenho plena consciência que não seria qualquer pessoa que conseguiria passar por aquilo que passei nestas últimas semanas. Muitas, provavelmente, não aguentariam nem duas semanas quanto mais cinco… Se sou teimoso? Sou! Se desisto com facilidade? Não! Vamos à luta? Não vamos pois já estou nela…
Esta nota “comemorativa” do meu segundo mês no Kuwait deveria de ser para contar experiências positivas, mas a Vida tem de ter estas duas partes para ser equilibrada. Agora estou numa fase menos boa, mas amanhã será melhor (é isto que me inspira e que me faz lutar e continuar por aqui!).
Desculpem-me por este GRITO de revolta!
E bem hajam!
Obrigado!
Hoje faz precisamente 2 meses que estou a viver no Kuwait. Confesso, desde já, que este último mês tem sido muito difícil de ultrapassar, não pelas saudades dos meus amigos Portugueses ou familiares, mas sim por variadíssimas circunstâncias.
Ao fim de 3 semanas a viver neste país, o meu colega português teve de ir trabalhar para o Dubai. Foi precisamente nesta altura em que comecei a ter consciência de onde estou (quando vamos viver para outro país, os primeiros dias/semanas são uma espécie de descoberta e, como tudo é novidade, a nossa mente está tão absorvida que não “sabemos” o que andamos por aqui a fazer; isto na minha perspectiva e experiência pessoal).
Já passaram um mês e pouco sem terem com quem falar (pessoalmente) em Português? Pois não vos aconselho para manterem o discernimento mental perfeito! Foi no período em que comecei a “acordar” para a realidade em que estou envolvido, que dou por mim a ser obrigado a falar em Inglês e a passar a Vida a ouvir Árabe… Português nem vê-lo (ou ouvi-lo, neste caso!).
Ao nível profissional, as coisas também começaram a ser bastante exigentes. Todos os dias estava a “levar na cabeça” por circunstâncias sem fundamento… Imaginem o que é todos os dias terem alguém ao telefone a falar convosco em Português (na maioria dos dias, a única pessoa com quem falamos na nossa língua…) para perguntar o que se passa, o porquê disto, o porquê daquilo… É quase como se estivéssemos naufragados há dias no mar e ao fundo vêem uma ilhota; nadam até lá mas a ilhota está toda vedada…
Antes de sair de Portugal, tive amigos que me apoiaram a 100% para embarcar nesta aventura; outros não me deram tanto apoio, como já contei em notas anteriores. Agora vou ser directo doa a quem doer (como se caracteriza a minha personalidade): onde andam vocês, meus amigos de Portugal? Neste período em que mais preciso de uma voz amiga, de trocar dois dedos de conversa nem que seja para ouvir/ler: “Olá, Tiago, estás bom?” Sempre se mostraram muito amigos enquanto estive em Portugal, enquanto me davam palmadinhas nas costas, agora que estou a milhares de quilómetros da nossa Pátria esqueceram-se que existo? Eu continuo a ser o Tiago que sempre fui… não deixei de amar o meu País, a nossa cultura, os meus amigos e familiares, … A amizade não é para ser alimentada unicamente quando há momentos felizes! E quando estamos em baixo? E quando estamos com problemas? Quem nos ajuda? Eu sei perfeitamente que parte dos meus amigos têm trabalho/escola que lhes absorve muito tempo! Mas eu só peço um minuto do vosso precioso tempo! Serão altruístas o suficiente para me conceder esse minuto? Ou tenho de agradece-lo e lá se vai o altruísmo “por água a baixo?”…
Ah, depois tenho aqueles amigos que deixaram-me de falar só porque coloquei um “Gosto” num comentário de sua ex no FB… Mas, afinal, a nossa amizade não é forte o suficiente para ultrapassar todos estes pequenos desentendimentos? Quando vocês precisaram, eu estava lá, agora que sou eu quem precisa, onde estão vocês? Vamos ser crescidos o suficiente e encarar os problemas de frente! Só assim os podemos resolver, não é colocando o lixo debaixo do tapete que faz com que a casa fique limpa.
Muito sinceramente: se há algum problema que queiram ser esclarecido, perguntem-me o que se passou! Vamos tentar resolver essa situação/divergência; dificilmente conhecem ou conhecerão alguém com o espírito tão aberto para resolver situações pendentes pelo bem! Não criemos Carma para resolver no futuro; vamos viver o aqui e agora, por favor!
Em género de conclusão, tenho plena consciência que não seria qualquer pessoa que conseguiria passar por aquilo que passei nestas últimas semanas. Muitas, provavelmente, não aguentariam nem duas semanas quanto mais cinco… Se sou teimoso? Sou! Se desisto com facilidade? Não! Vamos à luta? Não vamos pois já estou nela…
Esta nota “comemorativa” do meu segundo mês no Kuwait deveria de ser para contar experiências positivas, mas a Vida tem de ter estas duas partes para ser equilibrada. Agora estou numa fase menos boa, mas amanhã será melhor (é isto que me inspira e que me faz lutar e continuar por aqui!).
Desculpem-me por este GRITO de revolta!
E bem hajam!
Obrigado!
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